PirateISP

Notabilizado há alguns anos pela originalidade de sua proposta, o Partido Pirata, que surgiu na Suécia mas hoje é, na verdade, uma rede internacional de partidos, defende o fim das políticas de copyright e sobretudo levanta a bandeira de que a internet deve garantir total liberdade e privacidade ao usuário. Por essa ótica, recebi com alguma naturalidade a inovadora estratégia do partido sueco (onde, de fato, se constitui como uma representação política de grupo) de fundar um provedor pirata, o PirateISP, e através dele custear as suas atividades.

Funciona assim: o PiratPartiet garante que os usuários do provedor terão total privacidade e liberdade, inclusive para compartilharem livremente arquivos protegidos por copyright. Parece polêmico. E realmente é. Ainda mais porque os usuários do provedor contribuirão para os custos administrativos do partido, que, hoje, diga-se de passagem, ainda hospeda o PirateBay, maior site de compartilhamento de torrent do mundo.

O Partido Pirata tem sua representação no Brasil, ainda que por estas bandas não se constitua (ainda) como um partido político de facto. Vale a discussão proposta pelos ativistas. E vale ainda mais a rememoração trazida à tona na rebarba do espírito das rádios piratas originais, surgidas na Inglaterra no decorrer da década de 1960. Hobsbawm diria logo: este pode ser o limiar da invenção de uma tradição.